Friday, September 23, 2011

MAYWEATHER KO ORTIZ NO QUARTO ROUND





Floyd Mayweather Jr. prometeu que derrotaria Victor Ortiz por KO... e cumpriu! No quarto round, uma forte combinação de esquerda e direita, e o jovem Ortiz foi incapaz de responder à contagem. Mayweather conquistou assim mais um título, Campeão do Mundo WBC, categoria de Welterweight.

Todavia o KO de Floyd foi polémico, e rios de tinta está a originar. E muito mais originará. Concerteza. Foi assim:

no quarto round, Ortiz força Mayweather às cordas e lança poderosos golpes sobre este. Mayweather – é sabido –, é um mestre de reflexos apuradíssimos e esquivas impressionantes. Resumindo: apesar de nas cordas, Ortiz quase não consegue atingir Mayweather. Frustrado, o jovem Campeão perde as estribeiras e resolve as coisas à sua maneira: uma tremenda cabeçada na boca de Floyd. – Com este lamentável gesto, Victor deu sinais claros de impaciência e desespero. É que Mayweather vinha controlando o combate nos dois rounds anteriores, com fortes golpes de direita. (Este episódio não deixa de trazer à memória – se bem que em dimensão diferente – a triste mordedura de orelha de Mike Tyson a Evander Holyfield).
Joe Cortez, o árbitro, interrompe a peleja. Ortiz faz um gesto amigável a um Mayweather atónito. Cortez retira um ponto a Ortiz, como sanção. Depois os pugilistas vão para o centro do ring – onde é suposto recomeçarem a lutar –, tocam as luvas, e Ortiz vai mais longe, oferece um abraço a Mayweather. Terminado o abraço, Mayweather não perde tempo, enfia uma esquerda a Ortiz que pasmado e indefeso, olha para o árbitro. Mayweather não faz cerimónias, aplica a sua poderosa direita que leva o jovem Campeão ao tapete, de onde não consegue se levantar dentro da contagem feita pelo árbitro.

Tudo legal e limpo, dentro das regras do boxe. Quando o lendário analysta de boxe, Larry Marchant perguntou a Mayweather sobre o sucedido, este justificou-se com uma máxima do boxe: protect yourself all the time! (protege-te o tempo inteiro). Marchant não pareceu satisfeito com a justificativa, insistiu e enervou Floyd que disparou palavras sobre ele. Ora, pela resposta percebe-se o quão profissional Mayweather é! E o quanto absorveu e aplica os fundamentos do boxe.

Victor Ortiz parece ter descuidado aspectos importantes na sua preparação para este importantíssmo combate da sua carreira, substimando pormenores que se revelaram relevantes e determinaram a sua derrota:

quando Mayweather defrontou Arturo Gatti em 2005, algo semelhante sucedeu: no primeiro round, uma situação confusa, Gatti entende que o árbitro interrompeu o combate, e fica estático. Mayweather não perde tempo, golpeia Gatti com a esquerda. Este, pasmado e indefeso, olha para o árbitro. Mayweather não tem cerimónias e volta a golpeá-lo com a esquerda, atirando-o ao tapete. Todavia Gatti teve mais sorte que Ortiz, foi capaz de se levantar em tempo da contagem.

Há cerca de 16 meses – portanto no seu último combate, antes de Ortiz –, contra Shane Mosley, situação ainda semelhante: Mosley joga ilegal contra Mayweather. O árbitro repreende-o. Os dois pugilistas tocam as luvas em sinal de fair play e trocam algumas palavras. Enquanto trocam palavras, Mayweather dispara uma combinação de esquerda e direita contra um atónito Shane Mosley!

Portanto Ortiz tinha material suficiente para saber e aprender que, para Mayweather o ring não é local para beijos, abraços nem conversinhas. O ring é local para luta e troca de golpes. E foi o que Mayweather legalmente fez, golpeou Ortiz em tempo legal de luta. Nada de anormal, tudo dentro da legalidade do boxe. Ilegal mesmo foi a grande cabeçada que Ortiz frustrado aplicou a Mayweather. É claro que os amantes do fair play ficaram agastados e crucificaram Mayweather Jr. apupando-o por golpear o seu adversário em tempo de “paz”.

Uma performance soberba e lição de boxe de Mayweather Jr., que continua imbatível em 42 combates de boxe profissional, com 26 KOs. Uma perfomance que faz com que os adeptos do boxe voltem a questionar:

para quando o Mega combate Floyd Mayweather Jr. vs Manny Pacquiao?



por Décio Bettencourt Mateus

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